Desporto Nacional: Ciclismo

Luís Horta participa num colóquio em Viseu

Luís Horta, o rosto mais visível do combate ao doping em Portugal, é um dos preletores do colóquio sobre o doping a ter lugar hoje (21 horas), no Solar do Vinho do Dão, em Viseu. O clínico vai analisar o tema “A Luta contra a Dopagem no Desporto e a Proteção de Privacidade”, um assunto que se prende com os direitos e deveres dos atletas.

Para além do presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), são também preletores no colóquio a italiana Francesca Rossi, directora dos serviços antidopagem da UCI e especialista internacional de combate à dopagem no atletismo, e que se debruçará em particular sobre o tema “Antidoping em comprimidos”. Já Mário Zorzoli, também médico da UCI, falará sobre a “Implementação do Passaporte Biológico”.

Esta iniciativa – que tem o nome de “Onda Azul Liberty Seguros” – é patrocinada pela empresa que em 2009 dava nome à equipa onde ocorreram os casos de doping de Nuno Ribeiro, Hector Guerra e Isidro Nozal.

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Prova arranca Quarta-feira em Viseu

Chegou a grande festa do ciclismo nacional. A Volta a Portugal – arranca quarta-feira em Viseu, com a disputa de um prólogo –, aí está para animar as estradas do país e ser de novo o grande acontecimento desportivo do verão, ainda que, devido à crise financeira, mas também aos casos de doping, a prova corra o risco de perder algum interesse por parte do público e até da Comunicação Social.

Este ano a prova está integrada no escalão 2.1 (baixou de categoria), permitindo à organização ter mais margem de manobra no convite às equipas participantes. Por isso, o pelotão deste ano contará apenas com uma equipa do principal escalão da UCI, sendo que por outro lado vai contar pela primeira vez com a participação de uma Seleção Nacional, composta por ciclistas elites e sub-23.

“O evento em si e o estatuto que adquiriu ao longo de mais de oitenta anos de história permitem resistir às adversidades”, considerou Joaquim Gomes, o principal timoneiro da mais importante competição nacional.

Portugueses

Com a saída de alguns dos melhores ciclistas portugueses para o estrangeiro – Tiago Machado, Rui Costa, Manuel Cardoso, entre outros –, o pelotão nacional fica cada vez mais pobre de grandes referências e de nomes que podem lutar pela camisola amarela. E, para além de Cândido Barbosa, não há mais ninguém, neste momento, que possa fazer frente aos estrangeiros. O ciclista de Rebordosa continua a ser o mais vitorioso nas estradas nacionais, pese embora os 35 anos e o facto de este ano ter decidido dividir o ciclismo com a vereação do Pelouro do Desporto da Câmara Municipal de Paredes.

Interessante de seguir vai ser também as actuações dos dois portugueses que estão integrados em equipas estrangeiras: Nelson Oliveira, na Xacobeo-Galicia, e Vítor Rodrigues, na Caja Rural. O primeiro já referiu que ainda é novo para pensar na camisola amarela, mas...veremos.

Lisboa. Em termos de traçado, a principal novidade é o regresso da etapa da consagração, que não acontecia há 10 anos. O contrarrelógio foi desta vez colocado no penúltimo dia, a ser disputado em Leiria, para dar lugar na derradeira tirada, dia 15, a uma ligação entre Sintra e Lisboa, com a festa final marcada para a Avenida da Liberdade.

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Pelotão maior mas com menos figuras

O pelotão é maior do que o do ano passado, mas são menos os nomes grandes que na quarta feira partem para o prólogo da 72.ª edição da Volta a Portugal, que arranca amanhã.

Nem o aumento de 14 por cento (123 no ano passado, 143 este ano) na lista de inscritos faz esquecer os grandes ausentes desta Volta. Por uns motivos (doping) ou outros (emigração), à partida em Viseu não estarão Nuno Ribeiro, Ruben Plaza, João Cabreira, Eladio Jimenez e Tiago Machado, todos eles 'top ten' no ano passado, nem Hector Guerra ou Manuel Cardoso.

Ribeiro, o vencedor desclassificado da Volta a Portugal 2009, e Guerra, que representavam a extinta Liberty Seguros, tiveram resultados positivos, por EPO CERA, em controlos surpresa realizados a 03 de Agosto de 2009, antes do início da Volta a Portugal, e estão a cumprir dois anos de suspensão.

Além dos ex-Liberty, também Eladio Jimenez, que corria pelo CC Loulé, foi apanhado nas malhas do doping durante a prova, numa análise efetuada após a sua vitória na sexta etapa e que acusou a presença de EPO. O corredor de Salamanca, que perdeu o sexto lugar da Volta, acabou por anunciar o abandono da carreira em dezembro, com 33 anos.

O último dos quatro ausentes entre os dez primeiros da classificação final a 16 de agosto de 2009, data em que a edição 71 da prova portuguesa acabou em Viseu, por problemas relacionados com doping é João Cabreira (CC Loulé), suspenso por dois anos por alegado recurso a uma protease, substância que serve para disfarçar outros produtos proibidos.

Mas não são só os piores motivos a afastar ciclistas: Plaza, outro ex-Liberty, mudou-se para a Caisse d' Epargne, e a competição sentirá falta de um corredor especialmente apto no contrarrelógio que se incluiria entre os candidatos à vitória na Volta (3.º em 2008 e 3.º em 2009, após a desclassificação de Nuno Ribeiro).

Tiago Machado, campeão nacional de 'crono' em 2009, quinto da geral e segundo melhor português na edição do ano passado - contabilizadas as desclassificações de Ribeiro e Jimenez -, abraçou uma carreira internacional ao lado de Sérgio Paulinho na RadioShack de Lance Armstrong e está a correr na Volta à Polónia.

Manuel Cardoso também 'emigrou', para alinhar pela Footon-Servetto, com direito a estreia na Volta à França, embora de forma infeliz, devido a uma queda no prólogo que resultou em fratura numa clavícula, da qual ainda recupera.

Nos finais ao sprint, vai notar-se a ausência do campeão nacional de fundo em 2009, vencedor da primeira etapa da última edição da Volta.

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